
Título Original: Noah
Gênero: Fantasia, Aventura
Ano: 2014
Diretor: Darren Aronofsky
Elenco: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Emma Watson, Douglas Booth, Logan Lerman
Sinopse: Noé (Russell Crowe) vive com a esposa Naameh (Jennifer Connelly) e os filhos Sem (Douglas Booth), Cam (Logan Lerman) e Jafé (Leo McHugh Carroll) em uma terra desolada, onde os homens perseguem e matam uns aos outros. Um dia, Noé recebe uma mensagem do Criador de que deve encontrar Matusalém (Anthony Hopkins). Durante o percurso ele acaba salvando a vida da jovem Ila (Emma Watson), que tem um ferimento grave na barriga. Ao encontrar Matusalém, Noé descobre que ele tem a tarefa de construir uma imensa arca, que abrigará os animais durante um dilúvio que acabará com a vida na Terra, de forma a que a visão do Criador possa ser, enfim, resgatada.
Que Noé seria um filme polêmico, isso eu tinha consciência desde que vi que ele foi proibido em países Islâmicos e todas essas coisas. Eu só não me toquei que seria tanto. Como católica que sou, 90% do filme me desagradou. Sabendo disso, saiba que minha resenha não será imparcial. Foi como ver seu livro favorito ser muito mal adaptado para os cinemas. Se você não é religioso, provavelmente vai discordar de muitas coisas e dizer que eu estou surtando, mas não posso mentir e dizer que o filme é muito bom, porque vai contra tudo o que eu acredito. Ponto.
Vários sinais apareceram para me mostrar que o filme não seria fiel à história da Arca, mas eu deixei passar. Por exemplo, o fato de haver um papel de destaque para Emma Watson, já que ela não estaria em um filme para ser uma simples esposa de um dos filhos de Noé. Na Bíblia, as esposas nem tem nome. O fato de o trailer e a capa serem um pouco agressivos, nada como os filmes bíblicos que estamos acostumados, deveriam ter me dito que seria muito diferente. Como deixei isso para lá e fui ver o filme, não posso exatamente reclamar, mas perdi o valor do meu ingresso
Vários personagens possuem personalidades muito diferentes das personagens bíblicas. Os que mais me assustaram foram Ila, personagem de Emma Watson, e o próprio Noé. Ela é uma simples esposa, citada na passagem bíblica junto com as esposas de Cam e Jafé (todos eles têm mais de cem anos no dilúvio) como "as esposas deles". No filme, ela ganha uma história (foi salva por Noé e a família), um nome, além de um papel decisivo nas decisões que Noé toma. Por ter sido encontrada com um ferimento grave, ela era estéril, mas Matusalém dá uma bênção que possibilita que ela tenha filhos; então ela engravida, o que causa outro assunto para ser desenrolado na segunda metade do filme. Noé ficou cego pela missão que recebeu do Criador (eles não dizem "Deus" em nenhum momento do filme) e passou por cima de suas próprias crenças para isso. Fechei meus olhos na cena em que ele iria matar as netas, mas felizmente isso não foi preciso. Por conta das decisões que ele tomou, vimos seus filhos tomarem atitudes que não eram as que eles geralmente tinham - Cam uniu-se ao vilão do filme para matar o próprio pai por ter deixado sua namoradinha (esqueci o nome dela) e Sem também ia matar o pai para que ele não matasse suas filhas. A que ponto chegamos.
Mas não houve só isso de diferente no filme. Os guardiões foram algo gritante. A Bíblia diz que ainda existia gigantes na terra, mas os guardiões destoam totalmente dos gigantes e até de coisas que consideramos reais. Eles pareciam gigantes de pedras, coisas que só vemos em filmes e que nunca existiriam da realidade. E isso é ruim para o filme, porque tira a veracidade da história. Além disso, todo aquele povo lutando para entrar na arca, quando nada disso é abordado na história real. É claro que isso foi para o filme vender mais, porque todo mundo gosta de uma boa guerra.
Resumindo, é mais fácil encontrar pontos onde o filme é diferente da história bíblica do que o contrário: o povo vivia em pecado, Noé foi escolhido para construir uma arca, ele colocou sua família na arca (sem esposas para Cam e Jafé), houve um dilúvio, eles recomeçaram a humanidade - isso é o que o filme tem igual à história, todo resto é Hollywood. Além de me arrepender de ver, não indico a ninguém.
Se ainda não tiver desistido do filme (ou se a crítica só tiver aumentado a sua vontade de ver a desgraça com os próprios olhos), fica aqui o trailer oficial legendado:
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